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Vem conhecer-me.

Vem conhecer-me.

Nem apoio nem conversa.

Nunca me senti tão sozinha. Entro em casa após este dia fantástico "no futuro" e não me apetece. Não me apetece estar aqui com estas pessoas. Com estas figuras que são tudo menos a minha família. Não há conversa não há apoio. Tento refugiar-me em ti. Contudo, não recebo qualquer abrigo. Não há apoio nem conversa. Tento refugiar-me em mim. E só me apetece fugir. Voltar para lá. Ser feliz. Viver. A minha vida não pode ser esta coisa a que chamam dever de vida. A minha entidade não pode ser descoberta aqui. Nestas quatro paredes sozinha. Não posso voar aqui. Não posso sonhar aqui. Não consigo. Quero o teu apoio. Quero que voes comigo. Mas tu não queres. Tu não queres voar ou sonhar. Pelo menos, não comigo. Não queres lutar pelo teu futuro. Ou pelo menos, que um bocadinho do teu futuro seja o meu futuro. Não faz mal. Está tudo bem. Está sempre não é?

 

Carolina.PNG

 

"Família!"

A Páscoa não me é muito. A família sim. Ou penso que seja. Ontem era dia da família, julgava eu. Erradamente presumo. Não esteve ninguém em casa. Só eu e o meu irmão mais velho. A mãe? Foi a uma festa de anos para a qual não recebi qualquer convite. Os avós? Foram almoçar com os meus tios e primas, almoço para o qual não recebi qualquer convite, igualmente. A mana? Foi com a mãe. Fiz massa para o almoço e passámos a tarde a ver o "Rio2" na SIC, entusiasmante este dia... Chegaram todos por volta das 19h e jantámos em família. Uma fantochada mais concretamente. Porquê fantochada? Fingimos, como sempre, que somos muito unidos e que nada nos separa. Não passou de um dia normal na minha família. 

Descrevendo-os um a um:

A minha mãe, é aquela pessoa com a qual eu não tenho grande ligação e que acha que eu só sirvo para fazer as tarefas domésticas por ela. Estamos sempre a discutir, não falha um dia.

O meu irmão, é aquela pessoa que eu adoro mas que defende o lado que mais lhe interessa (o meu ou o da minha mãe). Viciado em jogos e super dependente da minha mãe.

A minha irmã é a criança mais mimada que conheci mas no entanto com o sorriso mais doce.

A minha avó é aquela pessoa que pensa tudo mas não diz nada. Esconde a sua independência do meu avô e não sei ao certo porquê...

O meu avô é a melhor pessoa do mundo. Sempre me apoiou quando jogava volei (durante 5anos), quando dancei ( durante 3anos). É ele que me leva a todo o lado, seja para ir sair a Lisboa ou ali ao café da esquina. Vai-me buscar e levar a que horas tiver de ser. É um anjo.

Não resta mais ninguém cá de casa.

 

Este é o meu dia de Páscoa. Esta é a minha família.

 

Beijinhos, 

 

Carolina.PNG

 

 

 

2015

2015.

365 dias de tantas emoções. De amor, de choro, de sorrisos, de má saúde, de morte, de apoio, de desilusões, de confusão, de madurecimento.

Foi um ano sem dúvida, dificil. Perdi a minha avó, que apesar de tudo, me ensinou muitas coisas e gostava muito de mim, e eu secalhar não fui a melhor neta, alias não fui mesmo, e tenho saudades tuas, saudades de todas as discussões, de todas as noites a pintar as unhas, de sair da escola sem almoço e ir ter contigo à "escola dos crescidos" , dares-me a chave da tua casa e dizeres: so devo ter uma lata de salcichas, era para o meu jantar, mas podes comer; tenho saudades tuas, saudades de defenderes o meu pai, apesar de na maioria das vezes, ele não, ter razão.  Tenho saudades de ti, apesar de saber que não mostrei a minima importância pela tua existência quando existias. Desculpa, por sempre, por desde sempre não te mostrar que fazias a diferença. Desculpa se de facto tinhas razão até em relação aos meus amigos e eu mesmo assim.. discuti contigo. Desculpa.

Deixei de falar com o meu pai, algo que não fosse já normal.. Nunca teremos uma relação de pai e filha. Nunca haverá uma familia entre nós. Sinto saudades do meu melhor amigo, sabes quando não me tentavas comprar. Sinto saudades de não pores em causa a minha integridade e de não me julgares por estudar demais e nunca ser o suficiente. Sinto saudades de quereres que dormisse contigo apesar de isso nunca acontecer. Sinto falta de sentir ser tua filha e não alguém que tu fizeste e que pões todos à minha frente. Sinto falta de te ouvir falar de mim com orgulho. Sinto falta de me abraçares quando estou mais perdida que nunca. Sinto falta até do que sonhei que fosses e de tu nunca teres sido. Sinto falta de quando não dizias: "quero ter outro filho, visto que a Carolina já não quer saber de mim". Sinto falta de não me abandonares à primeira dificuldade. Sinto falta de quando eramos só os dois sabes, na tua casa, a ver um filme os dois. Sinto falta de quando não havia trabalho entre nós, agora que é o meu trabalho, já te doi? Sinto falta de quando não me deixavas sozinha ou a apanhar uma seca. Sinto falta de quando não deixavas de comprar para mim para dares a ti mesmo ou à tua namorada. Chega de falar de ti, porque é disso que gostas.

Voltei para o meu namorado. A melhor coisa que me aconteceu na vida. Ele sim é tudo o que eu sempre precisei. Foi, talvez a única pessoa, que eu falei de tudo, tudo mesmo. A única pessoa que esteve lá 24/7 dias e não desistiu da ideia de estar comigo e de um dia ir viver comigo. A única pessoa que me levou a ver sitios que não conhecia, e que sempre me entendeu. A única pessoa que foi único em tudo o que fazia, fez e faz para mim e para ele. A única pessoa que sempre foi ele comigo, que chorou, riu, fez rir, abraçou-me, tocou-me, tudo num só momento. Talvez, a pessoa que  mais magoei e mais amei na vida.  A única pessoa que sei, que depois de tudo, será para sempre.

Deixei de falar com uma grande amiga minha, que tentou destruir-me, com tudo o que tinha e não tinha. Que nem merece mais que uma frase.

 

Foi um ano de muitos altos e muitos baixos.