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Vem conhecer-me.

Vem conhecer-me.

"Família!"

A Páscoa não me é muito. A família sim. Ou penso que seja. Ontem era dia da família, julgava eu. Erradamente presumo. Não esteve ninguém em casa. Só eu e o meu irmão mais velho. A mãe? Foi a uma festa de anos para a qual não recebi qualquer convite. Os avós? Foram almoçar com os meus tios e primas, almoço para o qual não recebi qualquer convite, igualmente. A mana? Foi com a mãe. Fiz massa para o almoço e passámos a tarde a ver o "Rio2" na SIC, entusiasmante este dia... Chegaram todos por volta das 19h e jantámos em família. Uma fantochada mais concretamente. Porquê fantochada? Fingimos, como sempre, que somos muito unidos e que nada nos separa. Não passou de um dia normal na minha família. 

Descrevendo-os um a um:

A minha mãe, é aquela pessoa com a qual eu não tenho grande ligação e que acha que eu só sirvo para fazer as tarefas domésticas por ela. Estamos sempre a discutir, não falha um dia.

O meu irmão, é aquela pessoa que eu adoro mas que defende o lado que mais lhe interessa (o meu ou o da minha mãe). Viciado em jogos e super dependente da minha mãe.

A minha irmã é a criança mais mimada que conheci mas no entanto com o sorriso mais doce.

A minha avó é aquela pessoa que pensa tudo mas não diz nada. Esconde a sua independência do meu avô e não sei ao certo porquê...

O meu avô é a melhor pessoa do mundo. Sempre me apoiou quando jogava volei (durante 5anos), quando dancei ( durante 3anos). É ele que me leva a todo o lado, seja para ir sair a Lisboa ou ali ao café da esquina. Vai-me buscar e levar a que horas tiver de ser. É um anjo.

Não resta mais ninguém cá de casa.

 

Este é o meu dia de Páscoa. Esta é a minha família.

 

Beijinhos, 

 

Carolina.PNG

 

 

 

"Come sempre tudo!"

Dói nem um convite para jantar. Nem uma mensagem de orgulho, de amor, de presença. Pensei sempre que pudesses ser tu a salvar-me de qualquer coisa. Para mim, eras o templo. Eras eterno e presente. Até ao dia. Até ao dia em que disseste adeus. Ou que não disseste e foste. Honestamente, não é um momento que me lembre concretamente. Porém não me recordo de um adeus. Nem de um olá. Ou mesmo de um gosto de ti ou tenho orgulho em ti. Sempre fui a figurinha que serviu para aumentar o teu ego. Se não fosse bem sucedida no que faço talvez nem para isso servisse.

Abriste para sempre o meu coração. Lembro-me de ser pequena e não querer almoçar e ouvir da tua boca "Filha, não queres comer não comas mas depois tens consequências, a vida é feita de escolhas e prioridades!". Será assim? Se a vida é realmente assim ainda e dói mais. Porque eu não tive escolha. Não na vida que tenho. Ontem, foi dia do pai e nunca me custou tanto como ontem. Queres saber o motivo? Não consegui fazer mais do que te mandar uma mensagem. E quando o fiz só me lembrei da conversa que há uns anos ouvi entre ti e um amigo no carro, enquanto meio que dormia, onde dizias que não te arrependias de nada do que fizeste até hoje. Nem de me magoar. De me abandonar. De não me ajudar. De me obrigar a crescer. De me obrigar a não ter escolhas. Não posso escolher entre viver com a mãe ou viver com o pai. 

Não te consigo abraçar. O que é o abraço? Não te consigo dizer que gosto de ti. Gostas de mim? Não consigo dizer que passo o dia do pai com o meu pai. O que é ter um pai presente? Não posso dizer que o meu pai me escolheu sempre a mim. Entre poderes ter tudo e poderes ter-me a mim escolheste ter tudo. Esse tudo consistia numa carreira pouco estável mas era o teu sonho, ou pelo menos tornou-se, ter uma namorada 17 anos mais nova que tu e fazer dela rainha.

Onde estou eu no meio de tudo isso? Não me vejo... Ah! Não me escolheste. Não me fizeste prioridade. Então foi essa a minha consequência ao não almoçar tudo naquele dia? 

 

É bom.

Não estava a dormir. Fingia. Era o que eu fazia. Só para sentir como agias quando estava a dormir. Adorei. Proteges-me, adoras este conforto. Adoro esse conforto.  Olhas-me. Sentes-me. Amas-me. Observas. Não deixas que me perca porque este é o meu lugar, perto de ti. Junto de ti. Beijas-me. Gozas-me. Sorris. Apertas-me. Isso é importante. É importante sabermos que somos alguém na vida de quem amamos. É importante sabermos que temos com quem contar. É importante termos apoio. É importante sentirmo-nos aceites na vida de alguém. És importante.  É ou não bom saberes isso? Pois. Eu sei. É bom sentirmo-nos um sonho para alguém. Afinal de contas o que é ser um sonho? Ser um sonho é sermos perfeitos na medida da perfeição de alguém. Essa medida não é igual em toda a gente e por isso quando alcançamos isso em alguém, é uma vitória. É bom! É sorrir. Quando temos alguém que nos ama ardentemente durante imenso tempo e não vê uma linha do tempo, não vê um término. É bom. É ser alguém que conquistou algo que muito provavelmente nunca ninguém conquistou. Um amor desses acontece uma vez na vida. Verdade ou não? Amar é algo normal na nossa espécie. Porém, amar desta maneira... Oh! Amar desta maneira é um milagre da nossa espécie. É único.

E é importante dizer-mos isto. Sabermos o que somos. Sabermos quem são as pessoas que estão do nosso lado. É importante sabermos quando algo é bom. É importante fazermos as nossas escolhas e verificarmos que tomámos uma boa decisão. Mas também é importante, sabermos quando é errado. É importante sabermos quando erramos com as pessoas, ainda por cima se alcançarmos a perfeição dessa pessoa e ela a nossa.

Não podemos dizer que não somos perfeitos. Não para a pessoa que nos acha. Ela sabe que falhamos e que temos falhas. No entanto, ela acha isso perfeito. Ela acha perfeito que nós falhemos e que nós saibamos disso e que nos tentemos perdoar ou talvez emendar. Porque perdoarmo-nos a nós próprios é muito mais importante do que fazê-lo perante outra pessoa. Essa é a fase 2. Não podemos saltar passos. Faz parte de crescer. Faz parte de saber viver. Faz parte de sabermos quem nós somos.