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Vem conhecer-me.

Vem conhecer-me.

Talvez sejam apenas desabafos de adolescente de 17 anos.

Tem sido complicado.

Complicado correr contra o tempo. O tempo para estudar, para ser presidente, para ser namorada, amiga, prima, irmã, sobrinha, neta, filha, dançarina . 

Falta de espaço na minha agenda diária mr.Wonderful. Todos os dias é uma correria entre todas estas profissões naturais ou esforçadas. Esforçei-me imenso para ser presidente da associação de estudantes e acho que temos um projeto muito interessante. No entanto, às vezes questiono-me se é concretizável ao mesmo tempo que quero ter boas notas e que quero ser boa namorada, amiga, prima, sobrinha, neta, filha e dançarina.

Temos de fazer opções todos mo dizem. No entanto, sou a favor da tese de que o ser humano é capaz de tudo e nada melhor que o meu último ano no ensino secundário para provar isso. Este ano é de facto a minha preparação para a minha próxima etapa. Organiação, Abdicação, Dedicação, Esforço. São as palavras do meu dicionário neste momento.

Esforço-me até para adormecer, até para acordar. Esforço-me por estar lá para os meus e para não os desiludir. Ainda assim, devo uma "não-desilusão" aos que elegeram a minha lista. Aos que me deram este cargo tão bom e tão trabalhoso. Revivar a escola. É esse o meu cargo. Mais do que presidente.

Viver a minha relationship-goals ao lado da pessoa que todos os dias me ajuda a fazer o esforço. Aquela pessoa que talvez devia compensar mais, mas muitas vezes não sei como. Aquela pessoa que amo incondicionávelmente e a quem agradeço imenso tudo.

Dançar até já não conseguir ouvir mais músicas de cha-cha-cha ou de samba ou de jive ou de rumba. O desporto que até hoje me está a dar mais gosto fazer por não só ter sempre comigo quem me faz feliz como também por ser algo divertido e me fazer sentir única mesmo tendo os mesmos passos do que a minha colega do lado.

Sair e divertir-me com os meus amigos como "high school musical". Ir andar de carrinho de golfe no verão ou apenas cantar no meio da escola só porque alguma loira lá da escola tem o melhor cacifo e se acha fabulosa. Divertir-me e criar memórias para todos e em especial, para mim.

Conseguir as notas de sonho e entrar naquela faculdade de direito com tudo e sair de lá com ainda mais, espero que com o diploma pelo menos. Chegar a casa e tê-lo lá. Aí está a chave. Ser independente. Aprender a conseguir ter uma vida minha. Sem que ninguém me diga como vivê-la ou como não a viver.

Talvez sejam apenas desabafos de adolescente de 17 anos. Talvez seja apenas a falar.

Talvez seja isso.

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Alone..

Olá. 

Estou sozinha. Acho que falhei. Ou sou dependente ou sou chata. Mas na verdade estou sozinha. Não há ninguém nos quartos, nem na sala, nem na cozinha ou a tomar banho. Nem o cão. São 22h e todos os dias. Não há ninguém. O comboio deve estar a chegar por isso pelo menos o mais velho deve estar a chegar. No entanto, até ele, já tem alguém. Normal. Já tem idade para seguir em frente. Já tenho quase 17 também. Contudo, gostava de ainda ter 7 para saber o que era ter toda a atenção e companhia. Para saber o que era quererem saber de mim. Das notas, dos objetivos, de me ouvirem. De perguntarem o que acho ou como foi o dia.

Gostava de querer saber o que é ter mais relação do que um beijo de ola e um beijo de adeus. De saber o que é falar mais do falar para saber porque é que não fiz isto ou aquilo. Gostava de sentir que não estou sozinha. Mas estou, e é essa a minha realidade agora.

 

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Coincide.

Não importa mais. As voltas. O esforço. As conversas. As palavras. O crescimento. O acompanhamento. Nada importa. Um dia era. Outro já não. Um dia ainda fazia parte de ti. No outro já não. Um dia só querias reconhecimento. No outro já só querias fama. Era suposto estares aqui. Era suposto protegeres. Entenderes talvez. Entenderes que estou sozinha. Todas as escolhas são feitas por mim. Todas as derrotas e vitórias são suportadas apenas por mim. Todas as lágrimas são enxugadas assim como os sorrisos são apenas apanhados por mim. O suporte é meu. Só queria que ligasses para almoçarmos ou saberes se esta tudo bem comigo. Só queria não ter de escrever por tua causa. Só queria que estivesses lá quando tivesse de fazer uma endóscopia ou quando simplesmente faço um exame nacional de Filosofia. Mas não estás. Nem tu, nem ninguém. Estou eu, e só sei isso quando olho para o telemóvel e vejo o meu reflexo. Ás vezes nem sei se estou. Porém, respiro. Respiro involuntáriamente. Inconscientemente. Vivo. Segundo uma definição normal. Vivo para mim. É suposto? É suposto só ser um orgulho para mim? É suposto ninguém querer saber do meu valor? É? Coincide não seres tu a responder. Coincide ser eu. 

 

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Nem apoio nem conversa.

Nunca me senti tão sozinha. Entro em casa após este dia fantástico "no futuro" e não me apetece. Não me apetece estar aqui com estas pessoas. Com estas figuras que são tudo menos a minha família. Não há conversa não há apoio. Tento refugiar-me em ti. Contudo, não recebo qualquer abrigo. Não há apoio nem conversa. Tento refugiar-me em mim. E só me apetece fugir. Voltar para lá. Ser feliz. Viver. A minha vida não pode ser esta coisa a que chamam dever de vida. A minha entidade não pode ser descoberta aqui. Nestas quatro paredes sozinha. Não posso voar aqui. Não posso sonhar aqui. Não consigo. Quero o teu apoio. Quero que voes comigo. Mas tu não queres. Tu não queres voar ou sonhar. Pelo menos, não comigo. Não queres lutar pelo teu futuro. Ou pelo menos, que um bocadinho do teu futuro seja o meu futuro. Não faz mal. Está tudo bem. Está sempre não é?

 

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Desiludiste-me

Não sei o que pensar. Nunca esperei ver-te assim. Uma lástima. De todas as vezes que já te vi doente e dizias estar uma lástima, esta em que tu não disseste nada, foi sem dúvida a pior. Odiei ver-te assim. Desiludiste-me. Foste irresponsável. Foste o pior. Nunca ninguém me tinha respeitado assim. Respeito que as pessoas gostem daquele sabor horrivel, algo que não sei bem definir o que. Turfas talvez. Porém não gosto que o disfrutem à minha frente, mas aceito que o façam. Agora tu. Tu? Entraste por um caminho que não sei bem onde vai dar. Eras o ultimo de quem esperava isto. Magoaste-me. Não esperava. "Vou com os meus amigos!", foi a primeira vez que nunca tinha dito nada, que calei e aceitei. Vê só no que deu... Vê só a quem recorreste. À mesma de sempre. À única que tu recorres sempre que estás mal. Mas quando estavas bem, nem te vi. Odeio-te por cada gota de alcóol que ingeriste, agora pensa. Não é pouco não é... Odeio-te por cada lágrima que me estás a fazer deitar sem eu ter culpa nenhuma. Odeio-te por todo o passado que me fizeste lembrar. Odeio-te por me fazeres odiar-te! 

 

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Ela e ele.

Ela é toda cheia de vícios. Ele é todo cheio de manias. Ela é toda de responsabilidades. Ele é todo cheio de deixa andar. Ela é toda de planos. Ele é todo de momentos.

Ela pensa que o tempo teima em ditar as regras. Ele teima que esse pensamento não faz sentido. Ela teima em estar com ele. Ele teima em estar com os amigos. Ela acha que sabe tudo. Ele acha que sabe tudo. 

Ela sabe que é a chuva que a molha. Ele acha que é invencível. Ela sabe que o fogo queima. Ele acha que ela é medricas. Ela vive a realidade do futuro. Ele vive a realidade do presente. Ela quer ser sucedida. Ele  só quer ser feliz. Ela é feliz. Ele diz que também é. Ela não gosta dos amigos dele. Ele não gosta dos amigos dela. Ela é ciumenta. Ele é ciumento. 

Eles são dois seres humanos completamente diferentes. Eles conhecem-se bem demais. Eles são dóceis, um com um outro. Eles são arrogantes, um com o outro. Eles têm 1 e 6. 

Ela tem medo que o 1 e 6 seja o homicida. Ele sabe que o 1 e 6 é uma fase. Ela acaba por não se preocupar mais. Ele não quer que ela se preocupe. Ela sabe que quando se deixa de preocupar desiste. Ele não parece saber nada. 

 

Carolina.PNG

 

O nosso verão

Preciso que me ames e me apoies. Preciso que não me julgues por te tentar ajudar ou por não te falar de mansinho. Eu sou bruta e fria. Tu estás a tornar-te igual a mim. O nosso verão é apenas inverno agora. Gelo em tudo o que se diz ou se faz.  Precisas de me deixar ajudar-te. Precisas que de me deixar amar-te e cuidar-te. Precisas de nós. Eu preciso de nós. Pode tornar-se em cancro, pode tornar-se em úlceras, pode tornar-se em mil problemas esta minha teimosa gastrite crónica e preciso que me ajudes aqui. Aqui. Aqui dentro. No coração. Faz-me feliz. Sai comigo. Convida-me para sair. Convida-me para entrar. Deixa-me fazer-te feliz. Deixa-me sair contigo. Deixa-me entrar. Eu sou tua por inteiro. É a única coisa que te posso garantir. É que sou tua e que tu és o único, mas o único, que me pode fazer feliz. Faz sol nas nossas vidas. Fazes?

 

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"Família!"

A Páscoa não me é muito. A família sim. Ou penso que seja. Ontem era dia da família, julgava eu. Erradamente presumo. Não esteve ninguém em casa. Só eu e o meu irmão mais velho. A mãe? Foi a uma festa de anos para a qual não recebi qualquer convite. Os avós? Foram almoçar com os meus tios e primas, almoço para o qual não recebi qualquer convite, igualmente. A mana? Foi com a mãe. Fiz massa para o almoço e passámos a tarde a ver o "Rio2" na SIC, entusiasmante este dia... Chegaram todos por volta das 19h e jantámos em família. Uma fantochada mais concretamente. Porquê fantochada? Fingimos, como sempre, que somos muito unidos e que nada nos separa. Não passou de um dia normal na minha família. 

Descrevendo-os um a um:

A minha mãe, é aquela pessoa com a qual eu não tenho grande ligação e que acha que eu só sirvo para fazer as tarefas domésticas por ela. Estamos sempre a discutir, não falha um dia.

O meu irmão, é aquela pessoa que eu adoro mas que defende o lado que mais lhe interessa (o meu ou o da minha mãe). Viciado em jogos e super dependente da minha mãe.

A minha irmã é a criança mais mimada que conheci mas no entanto com o sorriso mais doce.

A minha avó é aquela pessoa que pensa tudo mas não diz nada. Esconde a sua independência do meu avô e não sei ao certo porquê...

O meu avô é a melhor pessoa do mundo. Sempre me apoiou quando jogava volei (durante 5anos), quando dancei ( durante 3anos). É ele que me leva a todo o lado, seja para ir sair a Lisboa ou ali ao café da esquina. Vai-me buscar e levar a que horas tiver de ser. É um anjo.

Não resta mais ninguém cá de casa.

 

Este é o meu dia de Páscoa. Esta é a minha família.

 

Beijinhos, 

 

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"Come sempre tudo!"

Dói nem um convite para jantar. Nem uma mensagem de orgulho, de amor, de presença. Pensei sempre que pudesses ser tu a salvar-me de qualquer coisa. Para mim, eras o templo. Eras eterno e presente. Até ao dia. Até ao dia em que disseste adeus. Ou que não disseste e foste. Honestamente, não é um momento que me lembre concretamente. Porém não me recordo de um adeus. Nem de um olá. Ou mesmo de um gosto de ti ou tenho orgulho em ti. Sempre fui a figurinha que serviu para aumentar o teu ego. Se não fosse bem sucedida no que faço talvez nem para isso servisse.

Abriste para sempre o meu coração. Lembro-me de ser pequena e não querer almoçar e ouvir da tua boca "Filha, não queres comer não comas mas depois tens consequências, a vida é feita de escolhas e prioridades!". Será assim? Se a vida é realmente assim ainda e dói mais. Porque eu não tive escolha. Não na vida que tenho. Ontem, foi dia do pai e nunca me custou tanto como ontem. Queres saber o motivo? Não consegui fazer mais do que te mandar uma mensagem. E quando o fiz só me lembrei da conversa que há uns anos ouvi entre ti e um amigo no carro, enquanto meio que dormia, onde dizias que não te arrependias de nada do que fizeste até hoje. Nem de me magoar. De me abandonar. De não me ajudar. De me obrigar a crescer. De me obrigar a não ter escolhas. Não posso escolher entre viver com a mãe ou viver com o pai. 

Não te consigo abraçar. O que é o abraço? Não te consigo dizer que gosto de ti. Gostas de mim? Não consigo dizer que passo o dia do pai com o meu pai. O que é ter um pai presente? Não posso dizer que o meu pai me escolheu sempre a mim. Entre poderes ter tudo e poderes ter-me a mim escolheste ter tudo. Esse tudo consistia numa carreira pouco estável mas era o teu sonho, ou pelo menos tornou-se, ter uma namorada 17 anos mais nova que tu e fazer dela rainha.

Onde estou eu no meio de tudo isso? Não me vejo... Ah! Não me escolheste. Não me fizeste prioridade. Então foi essa a minha consequência ao não almoçar tudo naquele dia? 

 

É bom.

Não estava a dormir. Fingia. Era o que eu fazia. Só para sentir como agias quando estava a dormir. Adorei. Proteges-me, adoras este conforto. Adoro esse conforto.  Olhas-me. Sentes-me. Amas-me. Observas. Não deixas que me perca porque este é o meu lugar, perto de ti. Junto de ti. Beijas-me. Gozas-me. Sorris. Apertas-me. Isso é importante. É importante sabermos que somos alguém na vida de quem amamos. É importante sabermos que temos com quem contar. É importante termos apoio. É importante sentirmo-nos aceites na vida de alguém. És importante.  É ou não bom saberes isso? Pois. Eu sei. É bom sentirmo-nos um sonho para alguém. Afinal de contas o que é ser um sonho? Ser um sonho é sermos perfeitos na medida da perfeição de alguém. Essa medida não é igual em toda a gente e por isso quando alcançamos isso em alguém, é uma vitória. É bom! É sorrir. Quando temos alguém que nos ama ardentemente durante imenso tempo e não vê uma linha do tempo, não vê um término. É bom. É ser alguém que conquistou algo que muito provavelmente nunca ninguém conquistou. Um amor desses acontece uma vez na vida. Verdade ou não? Amar é algo normal na nossa espécie. Porém, amar desta maneira... Oh! Amar desta maneira é um milagre da nossa espécie. É único.

E é importante dizer-mos isto. Sabermos o que somos. Sabermos quem são as pessoas que estão do nosso lado. É importante sabermos quando algo é bom. É importante fazermos as nossas escolhas e verificarmos que tomámos uma boa decisão. Mas também é importante, sabermos quando é errado. É importante sabermos quando erramos com as pessoas, ainda por cima se alcançarmos a perfeição dessa pessoa e ela a nossa.

Não podemos dizer que não somos perfeitos. Não para a pessoa que nos acha. Ela sabe que falhamos e que temos falhas. No entanto, ela acha isso perfeito. Ela acha perfeito que nós falhemos e que nós saibamos disso e que nos tentemos perdoar ou talvez emendar. Porque perdoarmo-nos a nós próprios é muito mais importante do que fazê-lo perante outra pessoa. Essa é a fase 2. Não podemos saltar passos. Faz parte de crescer. Faz parte de saber viver. Faz parte de sabermos quem nós somos.